AGORA VAI O BELÉM!


CONSEGUI, com a ajuda da Taia, e aqui já vai o agradecimento. É apenas um resumo, que como é dito sempre,jamais substituirá a leitura, ainda mais de Dalcídio, que é poder, mas pode ajudar. A analise é básica e, claro, apenas uma dentre as muitas possíveis, seu comentário enriquecerá, será um prazer respondê-lo.
GUIA DE LEITURA PARA O LIVRO BELÉM DO GRÃO PARÁ.
1.PRINCIPAIS PERSONAGENS:
ALFREDO, menino introvertido e fantasioso que serve de fio condutor para 09 das dez obras que compõe o ciclo do extremo norte ( A única em que não aparece é MARAJÓ, segundo obra do ciclo).No livro,quarto do ciclo, Alfredo chega a Belém para estudar, o que sempre foi seu grande desejo, mas não nas condições em que imaginava, vem para o seio de uma família decadente, em uma cidade que não vive mais seus dias áureos (da borracha). É esmagado pela cidade, que em todos os momentos mostra a sua condição de interiorano, ou como diz Dalcídio de “Tio-Bimba”.
OS ALCÂNTARAS, família que acolhe Alfredo mediante uma pequena mesada, estão em ruínas após a decadência de Antônio Lemos e como prova disso moram na baixa da Gentil. É uma família composta por três membros, gordos após a pobreza, o que pode demonstar o relaxamento ou a falsidade das coisas: D. Inácia, a madrinha-mãe, é irônica e já foi muito atraente. Teve uma relação muito próxima a Lemos, culpa o marido de não ter atitude, não arriscar, aposta em Alfredo como “Homem” que poderá mudar a situação; seu Virgílio, homem acomodado, honesto e vive a dúvida de ter ou não ter sido traído pela mulher com o governador Lemos, garante um modesto emprego na alfândega depois da queda do governador, acaba se corrompendo ao final da história.Emília,a filha, que não consegue casar e tem uma amizade atribulada com Isaura, costureira, prima de Alfredo. Ao final fica noiva de um advogado, de feia aparência e viúvo, mas o casamento não ocorre.
LIBÂNIA, a empregada, faz tudo da família alcântara, é uma cabocla, mas que já tem um certo domínio da cidade e acaba apresentando-a para Alfredo, desperta no menino e também em Virgílio o desejo, mas é pura, também não escapa do clima de ruína que impregna todos, inclusive a cidade.
2.O LIVRO:
Belém do Grão Pará tem suas dificuldades, uma delas é a extensão: são 43 capítulos de uma ação que ora ocorre externamente, com muitas descrições, que lembra muito o estilo Realista e outras questões internas, conflitos pessoais que misturam a voz do narrador com o personagem, criando uma nova estrutura narrativa, típica do modernismo.
Há muitas formas de se enfocar o romance: a histórica que vê a Belém de 1920, apesar do livro ter sido lançado em 1960, logo após a queda do Lemismo, da ruína da belle-époque, da perda do poder da borracha; a psicológica com os conflitos de cada um: Alfredo e sua vontade de ser mais do que sua condição de cabloco-mestiço; seu Virgílio e sua incerteza quanto ao comportamento da esposa. A filosófica, toda vez que se discute a essência e a aparência, no entanto a que costura todas é a literária e sua coerência interna que pode até ter um referente, maso ultrapassa.
O enredo é simples e começa com a chegada de Alfredo a Belém para estudar, acaba indo para o colégio Barão do Rio Branco e enfrentando junto com os Alcântaras todas as decepções e os desejos de parecer algo que já não são, vários pequenos, mas não menores conflitos, como o despertar do desejo por Libânia até a mudança para a casa na estrada de Nazaré, casa literalmente em ruínas e acaba caindo, aos pedaços, no final da obra.
1 A família Alcântara já está na baixa da gentil, na casa de número 160, de aluguel barato e com costumes diferentes da época do Lemismo.Vê-se a ironia de D. Inácia, o fato de estarem gordos e a negociação de D. Amélia, mãe de Alfredo, para que este viesse morar com os Alcântaras.A negociação é feita com a mediação de Isaura, a costureira, prima de D. Amélia e amiga de Emília. As referencias ao período do lemismo e as ironias de D. Inácia, são impagáveis. O piano isolado, calado, destoante da pobre mobília, também deve ser notado.
2 Ainda na casa dos Alcântaras, chegam, as Veigas, tias de Emília, continuam as ironias de D. Inácia, e sua opinião quanto a condição feminina de passividade, o homem seria canalha que trazia a vara do Diabo entre pernas. O capítulo enfoca a visão de Emília sobre o que ocorre.
3 Mostra a chegada de Alfredo em Belém vindo de Cachoeira do Arari no barco “São Pedro”, é óbvio que ocorre uma passagem de tempo entre o capítulo um e o três já que o menino chega com a mãe (que no UM negociava a vinda). É recheado de fatos que mostram a cidade “engolindo” o garoto e mostrando o seu lugar de interiorano: observe o episódio do necrotério, do salão de beleza, a louca embriagada, da senhora recebendo uma menina para empregada e principalmente o deslumbramento de Alfredo diante da cidade.
4 O quarto capítulo enfoca a visita que Alfredo faz junto com D. Amélia ao seu padrinho Barbosa, que só não acolheu Alfredo por que está em ruína (também), era um comerciante, aviador que, como tudo em Belém, vivia dos lucros da borracha. Tudo em sua casa lembra a decadência – observe os símbolos desde o ganso até o estado de saúde do padrinho.
5 Na página 105, da atual edição, publicada pela Editora universitária da Ufpa, vê-se principalmente o sentimento de solidão de Alfredo, ao ser deixado sozinho pela mãe em Belém, “Partia bem penteada, penteada pela Isaura. No mesmo traje chegava e ia. Ia.”
A fantasia que caracteriza o menino desde seu aparecimento em Chove nos campos de Cachoeira, toma conta do capítulo e ele tenta se ocupar em estudar para o teste de admissão.
6 O sexto capítulo continua a luta que travam dentro do menino Belém e Cachoeira, a realidade e a fantasia “a luta entre Cachoeira e Belém lhe aumentava a solidão”.Os barulhos, o ar da cidade começavam a se impor e a fantasia a se romper.
7 O sétimo capítulo é bem pequeno e mostra o contato de Alfredo com Valmira, moça branca, esguia, aloirada que emprestava o jornal para Emília.
8 A partir deste momento parece haver uma alternância entre capítulos muito pequenos e grandes: o oitavo é muito pequeno, o nono extenso, o décimo pequeno e para frente ocorre o eqüilíbrio. Especificamente no oitavo Alfredo é levado por Emília para prestar o exame no colégio Barão do Rio Branco, acaba passando e vai o cursar o terceiro ano.
9 Após ganhar o quadro de honra no colégio (prova de que estudava tanto quanto você), Alfredo é mandado a rua com Libânia, que de certa forma presenteia-o com um passeio pela cidade: largo da pólvora, ver- o – peso. É o primeiro contato que ele tem com a cidade mediado por uma “igual”, apesar de estar em situação menos favorecida que Alfredo, Libânia demonstra conhecimento do local e um certo domínio que falta ao menino. O conhecimento de Alfredo da cidade era apenas teórico, vinha dos manuais de seu pai, Major Alberto. Observe a prosa poética com que Dalcídio descreve a cidade.
VOU INTERROMPER PARA FALAR UM POUCO DE DALCÍDIO
Traços Biográficos
Dalcídio Jurandir nasceu em Ponta de Pedras em janeiro de 1909, mas mudou-se muito cedo para Cachoeira do Arari.
Em 29 escreve a primeira versão de CHOVE NOS CAMPOS DE CACHOEIRA, primeiro dos dez livros que compõe o ciclo do extremo norte e muda-se para o Rio de Janeiro após ter ganho o primeiro e o terceiro lugares em concurso de romances e 1940.
Publica em 1941 o “CHOVE...” e em 1960, Belém do Grão Pará, quarto livro do ciclo, que tem o menino Alfredo como fio condutor. Há personagens que são citados em Belém do grão Pará mas que aparecem efetivamente em romances anteriores como Mariinha,irmão mais nova e já morta de Alfredo, Andrezza, primeira “namorada”, ou despertar do desejo no menino, que aparece em Três casas e um rio e algumas preocupações de Alfredo que só são melhor esclarecidas se houvesse a possibilidade de ler outros romances do ciclo, como por exemplo o alcoolismo de sua mãe D. Amélia.
Muitos teóricos enveredam pelo enquadramento de Dalcídio como pertencente a fase regionalista do modernismo nacional, a pesquisa da linguagem, semelhante a Guimarães Rosa, as descrições detalhadas, sem perder a universalidade temática.
Dalcídio é mais, é um criador de realidades, como todo bom escritor, sua obra tem muitas facetas, mas todas elas poéticas e intimistas.
10 Começa com uma rara ceia na casa dos Alcântaras, passa por referências ao momento histórico como a campanha de Nilo e Seabra, O desejo de Emília de sair da baixa da Gentil e Alfredo solitário na sala como e como o piano, volta para sua fantasia.
11 A frase inicial sintetiza o capítulo: “Tempo de tão singulares mudanças em Alfredo” - o andar sozinho pela cidade até o colégio, a primeira ida ao cinema (o ODEON, antigo nome de um dos cinemas em Nazaré), sempre o esforço para não parecer deslumbrado diante dos outros, o dia – a – dia, as pessoas, os lugares. Um fato interessante é o encontro com João Rangel um cachoeirense, pávulo golquíper de fama em cachoeira e através dele a entrada no sobrado da esquina da Conselheiro com a Quintino, o que mais interessa ai é seu defrontamento com a riqueza e que aponta o seu lugar, até o som de um piano em um dos sobrados contrapõem-se a mudez do piano da Gentil.
12 Inicia-se com Alfredo estampando outro “quadro de Honra”, o primeiro ele enviou para Andreza. Mostra a amizade do menino com Lamarão, colega rico que reforça o lugar de Alfredo na cidade,dependende de uma pequena mesada, vivendo de favor. Os Alcântaras e Alfredo vão a um aniversário que serve para realçar os costumes de Alfredo e o contraste entre um mundo com e sem etiqueta.Na vola pra casa o menino anda pelos trilhos simbolizando uma viagem fantasiosa.
13 É um domingo, Alfredo vai com seu Vírgilio ao Ver-o-Peso, fazer as compras para o almoço, é um modo diferente de ver a cidade, ele acaba carregando as compras, mas uma demostração de seu lugar. Alfredo imagina comparações entre o talento de sua mãe(Amélia) e D. Inácia na arte de cozinhar, isso é dito de maneira bem poética. Uma das passagem mais marcantes é o banho de cheiro de D. Inácia que resgata um sensualismo(perdido?) da época do Lemismo.
14 Um imenso capítulo, tomado em parte por uma carta de Andreza, que agora está totalmente só no mundo, pois perde seu tio. A carta é em uma linguagem fragmentada, fala de muitas coisas, mentiras e verdades, deixza Alfredo saudoso, briga com Emília que queria ler a carta. Há uma cobrança da mulher (Esmeralda) de seu agostinho da vacaria, que estaria se interessando por Emília. É a noite das insônias: Emília – chorosa pelo destrato; Alfredo – que vai até o quarto de Libânia observá-la; D. Inácia que quer saber de Alfredo o motivo do choro de Emília.
Emília, depois da decepção com seu Agostinho, consegue um convite para os baile dos cadetes na AP e precisa explorar Isaura mais uma vez para conseguir um vestido (é impossível não ver a brincadeira do gordo e o magro feita pelo autor). Há o contato de Alfredo com a família de sua mãe, os primos que moram espremidos no 72 da Rui Barbosa: ouve-se a história de mãe Ciana e seu Lício, de Magá – a tacacazeira, a melhor das cozinheiras de tartaruga, é importante olhar o lugar verdadeiro de Alfredo que muitas vezes é negado inconscientemente por ele, até porque é o lugar da mistura.Termina com Emília voltando sozinha e decepcionada do baile.
15 Começa com discussões na casa dos Alcântaras: uma blusa nova para Isaura; a política, vitória de Nilo-Seabra. É desvendada mais uma exploração das Alcântaras para com Isaura: a ida ao cinema Olímpia às custas da costureira, ir ao cinema era uma acontecimento social.Alfredo sai mais uma vez com Libânia e de novo o conflito que marca a busca de seu lugar aparece “Ela por sua parte, sabia guardar distância mais por respeito ao estudante que ao caboquinho, seu igual, ou até mais abaixo dela por ser filho de uma preta...”. Neste capítulo é planejado o roubo do Antônio, serviçal da casa de Etelvina, noiva do chefe dos bandoleiros do Guamá.No passeio até a casa da bordadeira nota-se mais um momento de melancolia de Alfredo, decepcionado com a cidade e com saudade de sua fantasia “Andava naqueles dias mais insatisfeito com o estudo, saudoso do carocinho”. Um fato para o qual você deve estar atento é que em Belém as diferenças sociais são mais acentuadas que no interior.Outro momento importantíssimo é a ida ao BOSQUE, há uma certa decepção, e Libânia desencontra-se dele.
16 O início mostra a empolgação de D. Inácia com as revoltas (roceiros do Guamá- que não é nome de quadrilha junina; conspiração dos quartéis) não pelos objetivos, mas sim pelo admiração ao arrojo do HOMEM, parte da personalidade masculina adorada por D. Inácia era o "Arriscar-se".O posicionamento de D. Inácia contrasta com o medo de Seu Vírgilio e Alfredo presencia a discussão.
Como toda discussão entre os dois, volta-se para o Lemismo e seu Vírgilio à velha dúvida da traição.
Um ponto interessante é que a conversa sobre assuntos tão "grandiosos" é misturada com a atividade cotidiana de fazer o jantar o que mostra verdadeira situação de Inácia.
17 É um capítulo dedicado as dúvidas de seu Vírgilio,indo para seu trabalho na alfândega, teria havido uma traição no lemismo? ele se sujeitara pelo dinheiro? o crime estava prescrito? Belém com Lemos teria progredido, mas para Virgílio seria uma dor ou melhor uma dúvida.
18 É um pequeno capítulo que retrata a comemoração do aniversário de Isaura no 72 da Rui Barbosa. É um dos poucos momentos que vemos a costureira feliz. Nota-se a sutil discusão sobre o preconceito social e de cor. e termina com a chegada de Libânia "arrumada e descalça", mostrando o "degrau" social que ocupa.
19 Da página 227 até a 244, mostra em grande parte pensamentos de Alfredo. Indo para o cinema Olímpia: "por que Libânia não vai; por que Isaura não fica com os ingressos; os músicos da sala de espera tocam profissionalmente , mas sem vontade. Enquanto esperavam Isaura, atrasada e mal vestida, D. Inácia (depois de ironizar) conversa com o desembargador. Na chegada da costureira nota-se um desfile da "sociedade, a alta" e suas hipocrisias: as mulheres "honradas" e as "amantes" , principalmente a "favorita" do Dr. Pennafort. Na volta pra casa ocorre a costumeira briga entre Isaura /Amélia. Fala-se do esconderijo do "bandoleiro" noivo da Etelvina, ao chegarem no 160. rapidamente aborda-se os conflitos de seu Virgílio que espera acordado:a possível traição da mulher; a proposta de contrabando na alfândega; a atração por Libânia.
20 É o capítulo da virada: Emília começa a planejar a mudança para a estada de Nazaré. As descrições são muito importantes. a identificação com Belém dos anos 20 também "Sim, na Estrada de Nazaré, entre a Benjamin Constant e quase-quase à esquina da Doutor Moraes..." . As três janelas da casa em ruína voltarão a ser citadas no último capítulo. Emília divide primeiramente o segredo da casa com Alfredo que a princípio não quer mudar, vê isso como uma distância ainda maior de sua cidade. A definição das chaves é feita junto com Isaura.
21 É um longo capítulo que começa com a ida de Isaura e Emília até a casa da estrada de Nazaré para tentar abri-la inutilmente até o rapto "caboclo-japonês" Antônio, retirado da vizinha do 160(gentil). Deve se destacar: a ironia de Isaura ao tentar abrir a casa e envergonhar propositadamente Emília; A visão da casa em ruína; o conflito interior de seu Virgílio (corrupção na alfândega, possível traição antiga da esposa); o rapto de Antônio, que também irá morar na Estrada de Nazaré e será responsável pela difusão dos mitos orais da cultura amazônica em suas histórias e "traquinagens".
22 Mostra o ajuste final do aluguel junto ao português que resistiu em aceitar. D. Inácia conversa com a vizinha ironicamente lamentando o roubo que ela mesma arquitetou, em outro momento comunica a seu Virgílio sobre a mudança, o "homem" está cada vez mais em conflito pessoal.Há também a conversa entre D. Inácia e a "noiva" -Etelvina que é levada até a casa onde está seu "noivo" o "bandoleiro" Jerônimo. Termina-se com a saudade invadindo o menino Alfredo.
23 É um sábado, dia da lavagem da casa e mais algums deboches sobre o estado em que ela se encontra. Ocorre a briga de Libânia com os portugueses (lavadores de casa) que a assediaram. "em três dias se esfregou, caiou e se deu pronta, pelo menos nas aparências, a casa número 34". Enfoca-se as mudanças que a mudança causaria em cada um deles.
24Inicia-se com a conversa entre Alfredo e Libânia sobre a fuga de Etelvina. O sábado posterior a lavagem é o dia da mudança, feita bem cedo para não revelar a situação econômica da família. O transporte do Piano merece destaque porque está vinculado a uma falsa situação social e Emília usa isso para impressionar. Alfredo termina se questionado sobre o real sentido da mudança: o jogo de mentiras e verdades.
25 A resistência de seu Vírgilio à corrupção (contrabando na alfândega) fica na gentil, os pensamentos sensuais em Libânia se intensificam. Não havia sustento para morarem na estrada de Nazaré, nem financeiro e nem moral. A inadequação social dissolve a família.
26 Um clima de íntima e sutil sedução cerca Alfredo e Libânia na última ida ao 160 vazio. Seu Virgílio tem certeza de que precisa se corromper, para morarem com tantas aparências.
27 O capítulo mostra um Alfredo que gazeta aula e acaba ganhando dinheiro fazendo um carreto, que mostra sua tomada de consciência de seu lugar social.Alfredo conversa com mãe Ciana e acaba dando a ela a moeda de dois mil reis para o fugitivo Jerônimo e confessa em parte à madrinha mãe o que fez no dia.
28 Curto capítulo que mostra D. Inácia perdida em recordações e negando esmola a um cego.
29 O capítulo inicia com a chegada da mesada de Alfredo e a notícia de Dolores, branca e antiga namorada de um tio negro do menino (Sebastião). Conta-se o caso de Sebastião e Dolores (o encontro na Igreja, a mistura de cores, os santos). Na volta para casa, Libânia vai dormir no quarto dos meninos, deita-se na rede de Alfredo, e inicia um jogo sutil de sedução que se repetirá quase todas as noites.
30 O momento dos doces: Alfredo é encarregado de ir buscar uma encomenda de doces para um casamento, mas acaba não resitindo e comendo muitos e tendo que rearranjar a bandeja para disfarçar. Ninguém desconfia dele na casa, o que aumenta a consciência pesada do garoto.
31 Vemos Alfredo tentando se livrar de suas ruínas, pensamentos melancólicos. Libânia recebe uma carta de um admirador que a cham de senhorita. O ritual a noite se repete: LIbânia para a Alcova, Antônio conta histórias populares ( a valorização da linguagem oral), a dormida de Libânia na rede junto de Alfredo. Seu Vírgilio insone e atormentado.
32 O capítulo mostra a comemoração do aniversário de Emília, apenas com a presença dos amigos e parentes de Isaura, ninguém da sociedade. Alfredo entra em contato com seu Lício, ex-marido de mãe Ciana, revolucionário e que está ajudando Jerônimo a fugir. É a primeira vez em que Libânia aparece calçada, presente dos irmãos de Isaura. A conversa entre Alfredo e Libânia domina o resto do texto.
33 Inicia-se com o fim da festa. Restam D. Inácia e Isaura conversando, Alfredo escuta na alcova, Antônio sonha. depois que tudo silencia, Libânia acorda e devaneia sobre sua situação, acorda Alfredo e retomam a conversa, quase são surpreendidos por seu Virgílio quando Libânia está na rede.
34 Mostra a saída de seu Lício do aniversário ao porto do Sal, bebido e preocupado com a fuga do "noivo", lembra como conheceu mãe Ciana: os cuidados dela para com ele; o início do namoro. Seu Lício combina com o barqueiro do "São Benedito" a fuga do bandoleiro e sua noiva na noite da transladação.
35 Na preparação para o Círio, seu Virgílio está pronto para colaborar no contrabando. Era o primeiro Círio de Alfredo na capital e ele aproveita junto com Libânia e Antônio.
O capítulo enfatiza mesmo a queda de seu Virgílio "o arpão da suspeita entrara-lhe fundo": contra a mulher, sua vida como homem, conduta como pessoa, a ruína está no ápice quando entra no quarto de Libânia e a observa dormir sem coragem de tomar outras atitudes. D. Inácia e Isaura assistem a tudo. D. Inácia questiona Libânia e Alfredo a salva dizendo que foi ele que a mandou dormir só.
36 O início e o fim é uma adivinha de Libânia: " a mãe é verde, a filha, encarnada.A mãe é mansa, a filha é danada." . O capítulo se passa todo na alcova com os três conversando e brincando: são histórias, cantigas, mémorias. Libânia fala da morte de sua mãe e do novo casamento de seu pai. Alfredo lembra internamente do alcolismo de D. amélia.
37 Marca o primeiro "estalo" da casa ouvido por Antônio. A linguagem ganha tons poéticos, como em muitos outros capítulos "e quando clareava Belém escorria, sacudindo-se como uma arara molhada". Ocorre uma conversa entre Alfredo e Antônio sobre estudos, os noivos. Chega muita comida e bebida para o círio, fruto da corrupção de seu Virgílio.
É revelado (para o leitor, pois Isaura fica sem saber) o noivado secreto de Emília, com um homem que ela conhece ainda casado, mas que agora é viúvo e com sete filhos, advogado e com o apelido de PORCA PRENHA. O pedido de casamento e o "ar" de culpado de seu Vírgilio ocupam o resto do capítulo.
38 Os "meninos" voltam da rua e encontram ainda o advogado pedindo Emília. Após a saída do pedinte: D. Inácia Chora, Emília bate em Libânia, seu Virgílio tenta bater em Antônio e Alfredo, movido por seu conflito interior. Termina-se o capítulo com o choro de Libânia.
39 Na manhã da trasladação, Alfredo e Libânia vão ao ver-o- peso, ela fazer compras, ele olhar o povo: sua família que não veio, o pai de Libânia também não. O leitor quase pode ouvir as músicas, as vozes, ver os costumes. um "verdadeiro arraial sobre as águas". Antônio também estava presente fazendo traquinagens entre os barcos e as pessoas na rua.
40 Descreve a trasladação: Alfredo e Antônio acompanhando; Libânia e D. Inácia nas janelas da casa, Emília e seu noivo "aos beijos" como muitos outros casais, seu Vírgilio sumido.
41 Volta-se totalmente para Mãe Ciana na casa de sua filha Gualdina : local de esconderijo do bandoleiro e Etelvina. Mãe Ciana está só, seu Lício levou os "noivos" para fugirem pro Guamá no barco "são Benedito". Mãe Ciana revê sua vida ao lado de seu Lício e sai para acompanhar a trasladação descalça e ajoelhando-se na saída. briga com o que considera desrespeito a santa e acaba encontrando Alfredo com quem volta de mãos dadas.
42 É um longo capítulo por conta das digressões. Começa com seu Virgílio angustiado na noite da trasladação, preso em casa. Continua com seu Virgilio na manhã do círio Saindo e encontrando Mãe ciana, volta para casa e sai de novo na chegada de seu Lício convivado para almoço. Virgílio não volta para o almoço. O almoço do Cirio na casa dos Alcântaras acontece num clima de ironia , são convidados: seu Lício, O advogado "noivo" Viriato e Isaura que percebe o noivado e ironiza e desmascara o passado devasso do "porca prenha".
Seu Vírgilio só retorna a noite e acaba recebendo a visita de seu Albuquerque da alfândega quem vem despedi-lo.A casa começa a cair literalmente.
43 O último capítulo inicia-se com Alfredo indo buscar os ingresso do cinema e levando-os para Isaura,mesmo após a briga ela diz que ele deve dá-los para as Alcântaras.Alfredo volta pra casa e o clima de ruína está completamente instaurado: o noivado acabou, o emprego não existe mais, a casa está caindo, fogem Virgilio e Emília, os garotos saem da casa e a madrinha fica lá dentro e parece que só irá sair depois que Antônio quebra uma iluminação pública.
6 Comments:
Algumas, poucas, pessoas que não têm internet em casa me pediram para copiar para elas o resumo do Belém. Não sei se posso... sabe como é né? as pessoas têm a sensibilidade a flor da pele, cajado, vaidade. Mas eu disse que perguntaria a vc. posso?
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Anônimo, at 9:49 PM
O que seria de mim sem vc? valeu aê pela ajuda prof!!!
Tamyris Lopes_ Teorema_cursinho...manhã!
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Anônimo, at 10:01 AM
carlos valeu por ter posto esse ressumo pois estou precisando muito ficar por dentro desse livro. bom beijos e mais uma vez obrigada!!!!!!!!
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Anônimo, at 11:23 AM
veleu tb
tava em PANICO se n fosse vc com esse resumo tava encrencado
vlw bro thanks
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Anônimo, at 8:17 PM
mt obrigado pelo resumo
minha prova ta chegando e preciso fik por dentro do livro
agradeço mt e meus amigos, pra quem vo passar, também( e se sei bem ñ serão poucos)
obrigado novamente
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Anônimo, at 7:08 PM
aparece,pois gostaria de tc c/ vc.
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Anônimo, at 4:35 PM
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